domingo, 26 de fevereiro de 2012

A Cultura do Senado


A Cultura do Senado




Conceitos chave- o “século de ouro” ou o “século de Augusto” (meados séc. I a.c. a meados séc. I d.c.). Vastidão do Império (“Mare Nostrum”,prosperidade económica,Romanização, ecletismo da sua cultura, organização disciplinada das legiões, poder autocrático, centralizado e divino dos imperadores ,modernidade do sistema jurídico e superioridade material.

1. A Herança: 
  A civilização romana teve origem principalmente na mistura de características de três povos: os Etruscos, os Latinos e os Gregos.
 Os Etruscos foram um povo que habitou a zona da Etrúria (Toscânia) e que atingiu o seu auge entre os sécs. VII e V a.C. Foram um povo próspero, chegando a rivalizar com os gregos na hegemonia do Mediterrâneo e subjacente comércio. A organização política deste povo era semelhante à grega — constituída por cidades-estado —, mas orientada por um regime monárquico. Contudo, esta civilização nunca conseguiu ser unida e estável devido às constantes lutas internas.



2.O espaçoRoma 

A Lenda de Rómulo e Remo. 


  Roma foi fundada, portanto, em 753 a.C. pelos Latinos. No entanto, c. séc. VI a.C., os Etruscos invadiram todo o território Latino, incluindo Roma, ficando em contacto directo com os Gregos que ocupavam a Magna Grécia (zona sul da península itálica). Essa proximidade deu origem a rivalidades às quais os Etruscos não resistiram. Aproveitando esta fraqueza, a cidade de Roma, a 509 a.C., revoltou-se contra os dominadores, ganhando independência e abolindo a monarquia em prol de uma república.
  Após a revolução, a população de Roma era formada por uma mistura de Latinos, Sabinos e Etruscos, organizados em instituições como o patriciato, o Senado e a Cúria. Talvez esta variedade de povos a coexistirem numa mesma nação tenha proporcionado uma das características mais importantes daquela civilização: a tolerância para com os costumes, as tradições e culturas dos povos dominados.
  Independente e com um território crescente, Roma começou a ficar mais influente. Sendo um ponto estratégico a nível de localização relativamente às rotas comerciais, ganhou cada vez mais poder, iniciando então a grande expansão territorial a que se assistiu nos seguintes séculos. O sucesso a todos os níveis de Roma permitiu o aparecimento de grandes obras públicas que enriqueceram não só a capital da nação como também todos os territórios a ela subjacentes. Estes edifícios serviram de suporte à luxuosa vida social desfrutada nas cidades, que foi conseguida através de conquistas militares e submissão dos povos conquistados à escravatura.



 A cidade romana desenvolvia-se em torno de uma praça pública,  o Fórum. Em seu redor construíam edifícios públicos como a Cúriaos templos as basílicas.
 Nos arredores, os principais edifícios eram os teatrosanfiteatrosbibliotecastermas (reconstituição de termas romanas) arcos do triunfo.




3. LocalSenado 
 A mais velha instituição do Estado Romano. Durante a República foi o órgão político mais importante. Os senadores pertenciam às famílias mais ricas; o seu número foi aumentando até à época de Júlio César 
 Tinha como funções: Poder legislativo, a política externa, decisão de guerra e paz, gestão das festas religiosas, administração das finanças e regular a ordem pública.

Reconstituição do Senado Romano


4. O Direito Romano (conjunto de leis aplicadas uniforme a todo o Império): Estabelecimento de princípios gerais pragmatismo  e aplicação centralizadora da justiça tendo o Imperador como supremo legislador e supremo juiz.

5. Biografia: Octávio César Augusto 27 a.c. – título de Augusto 23 a.c. – poder tribunício (convocar Comícios e Senado; vetar leis e outras decisões destes orgãos) 12 a.c. - título de Pontífex Maximus (poder pessoal, absoluto e divino).




Representação de Octávio César Augusto

O século de Augusto: a paxromana
 Após a vitória da Segunda Guerra Púnica, Roma iniciou um processo de expansão que se prolongou durante todo o período imperial. Através do domínio de pontos estratégicos como a Ásia Menor, a Grécia, o Egipto, Roma dominou todo o comércio mediterrânico, o que lhe trouxe todas as riquezas e recursos disponíveis até então. Houve, devido a estas mudanças, um processo que dividiu a arte em dois tipos: a aristocrática, dedicada aos patrícios e imperadores, e a arte popular ou provincial, mais pobre.
 Contudo, mesmo após esta conquista territorial, o fim da ditadura de Sila (88-79 a.C.) deu lugar a lutas internas pelo alcance do poder, que se revelaram sob a forma de rivalidades encarniçadas e guerras civis sangrentas. No entanto, a 59 a.C., Júlio César sobe ao poder, iniciando reformas a vários níveis. Revolucionou o regime político de Roma, regularizou o seu traçado urbanístico e deu uma nova dimensão (monumental) aos fóruns. O fórum romano reunia agora funções mercantis, políticas e religiosas.
  Entretanto, o imperador Augusto, que toma o poder a 27 a.C., inicia a construção de um dos impérios maiores da humanidade. Impedindo o poder republicano de tratar das suas funções, impõe o regime imperial. Devido à sua posição de imperador (pontifex maximus) começa, além continuar a enorme expansão territorial, a construir grandes obras com o propósito de tornar visível e sólido o seu poder. Acabando com as guerras civis e com as rivalidades, enceta um período de optimismo e estabilidade — a pax romana —, que se reflecte no aparecimento de obras literárias e outras redacções importantes, como o tratado De Architectura, a primeira teoria da arquitectura, redigida por Vitrúvio.


Em síntese, Augusto teve um grande impacto na direcção da civilização romana: diz-se que, na sua vinda, encontrou uma cidade de tijolo, e que quando partiu, deixou uma Roma de mármore. Algumas obras emblemáticas do seu programa propagandístico e monumental são o Ara Pacis — o Altar da Paz — e o fórum.

 - Roma e o urbanismo imperial

 Augusto conferiu a Roma a grandiosidade, monumentalidade e prestígio emblemáticos da capital do império. No entanto, tudo isto não foi conseguido apenas através da expansão territorial. Roma assistiu a reformas de reestruturação, reorganização e restauração que são a representação material de todo o poder do imperador.
  A nível urbanístico, Roma foi dividida em zonas e bairros para facilitar a circulação, a administração e outros aspectos como o combate aos incêndios. Outras cidades floresceram donde outrora havia apenas pequenos aglomerados populacionais ou acampamentos militares. Medidas reguladoras (que definem o traçado característico romano) foram aplicadas a todas as novas cidades: os eixos norte-sul e nascente - poente, a malha ortogonal de ruas...


Panem et Circences (Pão e Circo)

 Nos primeiros séculos do império, a inexistência de guerras e conflitos internos e externos e o próspero desenvolvimento permitiram uma paz social aparente e um relativo bem-estar para o patriciado. O séc. I d.C. foi o “século do pão e do circo”, uma vez que a satisfação dos romanos passava apenas pela existência de alimento e espectáculos no circo. Roma viveu, então, durante este século, uma estabilidade que perdurou durante o período imperial. As gerações que se seguiram a Augusto apenas continuaram o seu trabalho:
·       -   consolidar o império, perpetuar o classicismo imperial e enriquecer a capital do império com monumentos e edifícios.
 Esta estabilidade ficou marcada na arte através de vários edifícios emblemáticos: o Coliseu, com uma capacidade de 50 000 pessoas e que caracteriza sinteticamente a megalomania na arquitectura romana, e os Arcos do Triunfo, o desenvolvimento de uma estrutura utilizada no período republicano para uma edificação sólida e monumental (conseguida através da substituição da madeira por pedra e do aumento de dimensões) que simbolizava as vitórias do império face aos inimigos (tendo, portanto, uma função comemorativa).


Representação de luta de gladiadores

Arco do Triunfo (Roma)




- O simbolismo do Panteão

 O Panteão é a representação da utopia de Adriano: construir em Roma um edifício em que “coubesse todo o mundo”. Este edifício emblemático tem características, no seu traçado geométrico, que remetem para a imagem do universo e para o movimento celestial. A nível formal, o Panteão constitui-se por dois elementos: a nível dos sólidos, surge a figura do globo (a esfera); a nível do plano, surge o círculo. A ordem constante do universo remete para a figura esférica (para os antigos, o cubo e a esfera eram a representação da inteligência divina): do quadrado ao cubo, do círculo ao cilindro, da pirâmide ao cone, todas as formas pareciam convergir na esfera.
  Suportado pela mística dos números e pela geometria pitagórica, o edifício inscreve-se num cubo que contém uma esfera; de outro ponto de vista, a sua forma deriva de um triângulo equilátero, definindo um cone e uma pirâmide.



Panteão de Roma

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