segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A Escultura Romana


- A escultura:
  A escultura na civilização romana, tal como a arquitectura, vai importar o estilo helenístico. A admiração por este estilo está patente no transporte maciço de obras originalmente gregas para Roma e da sua consequente cópia.
  Este gosto pela escultura grega e a importância que os romanos davam à decoração de cidades fez crescer grandes estátuas em lugares públicos, normalmente ligados à glorificação de chefes políticos e militares importantes (característica eminentemente romana).
  No entanto, foi um costume eminentemente romano que fez nascer o tipo de produção escultórica mais característica do período republicano. Este costume consistia na preservação, num relicário doméstico, de uma reprodução fiel do rosto de um chefe de família em cera aquando a sua morte. Esta tradição só estava, no entanto, disponível para importantes indivíduos, como os patrícios. Desenvolveu-se, portanto, a produção do retrato, expressão artística totalmente alheia à grega a nível de conceito, uma vez que a última apenas representava o corpo ideal, inexistente, contrariando o realismo romano. O resultado, a nível artístico, foi a sobreposição dos traços do retrato fisionómico helenístico com a tradição do culto dos antepassados romanos.

Detalhe da Coluna de Trajano

Busto do Imperador Caracalla

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A Pintura Romana


- A pintura romana
 A pintura romana que se considera importante provém de Pompeia e Herculanum. Datando, na sua maioria, do séc. 1 a.C., era produzida principalmente através das técnicas de mosaico e do fresco. A pintura no império romano não foi, contudo, utilizada como obra independente; foi, antes, um elemento de valorização arquitectónica usado nos interiores. Usando várias técnicas como a representação em perspectiva, a abundância de cores e temáticas ligadas à cultura romana (mitologia, o retrato), a pintura dava uma nova vida ao interior da casa romana.

Cena da Vida de Íxion, Pompeia




Fresco da villa dos Mistérios, Pompeia













A arquitectura romana


- A arquitectura romana: o belo e o útil

A arquitectura romana fundamentava-se em quatro condições essenciais, ditadas no tratado de Vitrúvio (séc. I a.C.) no que se considera ser a primeira teoria da arquitectura formulada: firmitas — a resistência, solidez —, utilitas — utilidade, funcionalidade —, venustas — beleza, euritmia — e decorum — decoro, dignidade. Estas condições vão dar coerência da arquitectura romana.
  Dentro destas cláusulas, uma levanta uma questão muito importante relativamente aos avanços dos romanos neste campo artístico: o decorum. Esta condição referia-se explicitamente à necessidade em respeitar as ordens arquitectónicas estabelecidas pela tradição e a coerência formal dos edifícios, o que revela a grande consistência e maturidade em que se encontrava a arquitectura romana. Já firmitas — a resistência — era um valor importante adoptado pelos romanos. As suas obras tinham de ser austeras, sólidas e evidenciar a força do império — característica eminentemente helenística.
 Relativamente ao utilitas — funcionalidade —, pode-se considerar que é um dos grandes avanços da arquitectura romana. Já não se preocupando apenas com o aspecto exterior/fachada, os romanos deram valor ao espaço interior e à utilidade do edifício, o que se revela na organização do espaço interno.
Os romanos introduziram igualmente novas tecnologias, técnicas e materiais de construção. Uma das maiores contribuições a nível construtivo foi a argamassa. Tratava-se de uma pasta que era introduzida numa cofragem — opus caementicium — ou entre as próprias estruturas de revestimento (paredes) — opus incertum.
  Outra inovação foi a utilização sistemática do arco de volta perfeita — arco romano — e da abóbada de berço — rotação axial do arco de volta perfeita (semi-esfera). Estas duas estruturas incluem-se na condição firmitas (são elementos estruturais), adquirindo um simbolismo relativo a poder e desígnios imperiais. Também foram mais um passo em direcção à construção de edifícios maiores e mais arrojados, devido à sua resistência.
 Outra característica importante patente nos edifícios romanos é a inclusão de uma estrutura que os eleve acima do solo e de outros edifícios — o podium. Esta estrutura é também uma referência simbólica ao poder do império romano.


  
Reconstituição de uma casa romana

A Cultura do Senado


A Cultura do Senado




Conceitos chave- o “século de ouro” ou o “século de Augusto” (meados séc. I a.c. a meados séc. I d.c.). Vastidão do Império (“Mare Nostrum”,prosperidade económica,Romanização, ecletismo da sua cultura, organização disciplinada das legiões, poder autocrático, centralizado e divino dos imperadores ,modernidade do sistema jurídico e superioridade material.

1. A Herança: 
  A civilização romana teve origem principalmente na mistura de características de três povos: os Etruscos, os Latinos e os Gregos.
 Os Etruscos foram um povo que habitou a zona da Etrúria (Toscânia) e que atingiu o seu auge entre os sécs. VII e V a.C. Foram um povo próspero, chegando a rivalizar com os gregos na hegemonia do Mediterrâneo e subjacente comércio. A organização política deste povo era semelhante à grega — constituída por cidades-estado —, mas orientada por um regime monárquico. Contudo, esta civilização nunca conseguiu ser unida e estável devido às constantes lutas internas.



2.O espaçoRoma 

A Lenda de Rómulo e Remo. 


  Roma foi fundada, portanto, em 753 a.C. pelos Latinos. No entanto, c. séc. VI a.C., os Etruscos invadiram todo o território Latino, incluindo Roma, ficando em contacto directo com os Gregos que ocupavam a Magna Grécia (zona sul da península itálica). Essa proximidade deu origem a rivalidades às quais os Etruscos não resistiram. Aproveitando esta fraqueza, a cidade de Roma, a 509 a.C., revoltou-se contra os dominadores, ganhando independência e abolindo a monarquia em prol de uma república.
  Após a revolução, a população de Roma era formada por uma mistura de Latinos, Sabinos e Etruscos, organizados em instituições como o patriciato, o Senado e a Cúria. Talvez esta variedade de povos a coexistirem numa mesma nação tenha proporcionado uma das características mais importantes daquela civilização: a tolerância para com os costumes, as tradições e culturas dos povos dominados.
  Independente e com um território crescente, Roma começou a ficar mais influente. Sendo um ponto estratégico a nível de localização relativamente às rotas comerciais, ganhou cada vez mais poder, iniciando então a grande expansão territorial a que se assistiu nos seguintes séculos. O sucesso a todos os níveis de Roma permitiu o aparecimento de grandes obras públicas que enriqueceram não só a capital da nação como também todos os territórios a ela subjacentes. Estes edifícios serviram de suporte à luxuosa vida social desfrutada nas cidades, que foi conseguida através de conquistas militares e submissão dos povos conquistados à escravatura.



 A cidade romana desenvolvia-se em torno de uma praça pública,  o Fórum. Em seu redor construíam edifícios públicos como a Cúriaos templos as basílicas.
 Nos arredores, os principais edifícios eram os teatrosanfiteatrosbibliotecastermas (reconstituição de termas romanas) arcos do triunfo.




3. LocalSenado 
 A mais velha instituição do Estado Romano. Durante a República foi o órgão político mais importante. Os senadores pertenciam às famílias mais ricas; o seu número foi aumentando até à época de Júlio César 
 Tinha como funções: Poder legislativo, a política externa, decisão de guerra e paz, gestão das festas religiosas, administração das finanças e regular a ordem pública.

Reconstituição do Senado Romano


4. O Direito Romano (conjunto de leis aplicadas uniforme a todo o Império): Estabelecimento de princípios gerais pragmatismo  e aplicação centralizadora da justiça tendo o Imperador como supremo legislador e supremo juiz.

5. Biografia: Octávio César Augusto 27 a.c. – título de Augusto 23 a.c. – poder tribunício (convocar Comícios e Senado; vetar leis e outras decisões destes orgãos) 12 a.c. - título de Pontífex Maximus (poder pessoal, absoluto e divino).




Representação de Octávio César Augusto

O século de Augusto: a paxromana
 Após a vitória da Segunda Guerra Púnica, Roma iniciou um processo de expansão que se prolongou durante todo o período imperial. Através do domínio de pontos estratégicos como a Ásia Menor, a Grécia, o Egipto, Roma dominou todo o comércio mediterrânico, o que lhe trouxe todas as riquezas e recursos disponíveis até então. Houve, devido a estas mudanças, um processo que dividiu a arte em dois tipos: a aristocrática, dedicada aos patrícios e imperadores, e a arte popular ou provincial, mais pobre.
 Contudo, mesmo após esta conquista territorial, o fim da ditadura de Sila (88-79 a.C.) deu lugar a lutas internas pelo alcance do poder, que se revelaram sob a forma de rivalidades encarniçadas e guerras civis sangrentas. No entanto, a 59 a.C., Júlio César sobe ao poder, iniciando reformas a vários níveis. Revolucionou o regime político de Roma, regularizou o seu traçado urbanístico e deu uma nova dimensão (monumental) aos fóruns. O fórum romano reunia agora funções mercantis, políticas e religiosas.
  Entretanto, o imperador Augusto, que toma o poder a 27 a.C., inicia a construção de um dos impérios maiores da humanidade. Impedindo o poder republicano de tratar das suas funções, impõe o regime imperial. Devido à sua posição de imperador (pontifex maximus) começa, além continuar a enorme expansão territorial, a construir grandes obras com o propósito de tornar visível e sólido o seu poder. Acabando com as guerras civis e com as rivalidades, enceta um período de optimismo e estabilidade — a pax romana —, que se reflecte no aparecimento de obras literárias e outras redacções importantes, como o tratado De Architectura, a primeira teoria da arquitectura, redigida por Vitrúvio.


Em síntese, Augusto teve um grande impacto na direcção da civilização romana: diz-se que, na sua vinda, encontrou uma cidade de tijolo, e que quando partiu, deixou uma Roma de mármore. Algumas obras emblemáticas do seu programa propagandístico e monumental são o Ara Pacis — o Altar da Paz — e o fórum.

 - Roma e o urbanismo imperial

 Augusto conferiu a Roma a grandiosidade, monumentalidade e prestígio emblemáticos da capital do império. No entanto, tudo isto não foi conseguido apenas através da expansão territorial. Roma assistiu a reformas de reestruturação, reorganização e restauração que são a representação material de todo o poder do imperador.
  A nível urbanístico, Roma foi dividida em zonas e bairros para facilitar a circulação, a administração e outros aspectos como o combate aos incêndios. Outras cidades floresceram donde outrora havia apenas pequenos aglomerados populacionais ou acampamentos militares. Medidas reguladoras (que definem o traçado característico romano) foram aplicadas a todas as novas cidades: os eixos norte-sul e nascente - poente, a malha ortogonal de ruas...


Panem et Circences (Pão e Circo)

 Nos primeiros séculos do império, a inexistência de guerras e conflitos internos e externos e o próspero desenvolvimento permitiram uma paz social aparente e um relativo bem-estar para o patriciado. O séc. I d.C. foi o “século do pão e do circo”, uma vez que a satisfação dos romanos passava apenas pela existência de alimento e espectáculos no circo. Roma viveu, então, durante este século, uma estabilidade que perdurou durante o período imperial. As gerações que se seguiram a Augusto apenas continuaram o seu trabalho:
·       -   consolidar o império, perpetuar o classicismo imperial e enriquecer a capital do império com monumentos e edifícios.
 Esta estabilidade ficou marcada na arte através de vários edifícios emblemáticos: o Coliseu, com uma capacidade de 50 000 pessoas e que caracteriza sinteticamente a megalomania na arquitectura romana, e os Arcos do Triunfo, o desenvolvimento de uma estrutura utilizada no período republicano para uma edificação sólida e monumental (conseguida através da substituição da madeira por pedra e do aumento de dimensões) que simbolizava as vitórias do império face aos inimigos (tendo, portanto, uma função comemorativa).


Representação de luta de gladiadores

Arco do Triunfo (Roma)




- O simbolismo do Panteão

 O Panteão é a representação da utopia de Adriano: construir em Roma um edifício em que “coubesse todo o mundo”. Este edifício emblemático tem características, no seu traçado geométrico, que remetem para a imagem do universo e para o movimento celestial. A nível formal, o Panteão constitui-se por dois elementos: a nível dos sólidos, surge a figura do globo (a esfera); a nível do plano, surge o círculo. A ordem constante do universo remete para a figura esférica (para os antigos, o cubo e a esfera eram a representação da inteligência divina): do quadrado ao cubo, do círculo ao cilindro, da pirâmide ao cone, todas as formas pareciam convergir na esfera.
  Suportado pela mística dos números e pela geometria pitagórica, o edifício inscreve-se num cubo que contém uma esfera; de outro ponto de vista, a sua forma deriva de um triângulo equilátero, definindo um cone e uma pirâmide.



Panteão de Roma

sábado, 25 de fevereiro de 2012

  Este espaço destina-se a ser um auxilio de estudo para os alunos da disciplina de História da Cultura e das Artes. 
  Podem colocar as dúvidas que tenham e ajudar na construção deste espaço enviando trabalhos ou resumos dos conteúdos dos módulos. O objectivo é construir uma ferramenta de auxilio no estudo da disciplina.
  Bom trabalho !